Quando Salomão terminou a oração, desceu fogo do céu e queimou completamente o animal oferecido em sacrifício e os outros sacrifícios que tinham sido oferecidos; e a glória do Senhor Deus encheu o Templo. E, por causa dessa luz, os sacerdotes não puderam entrar no Templo. Ao verem o fogo descer e a glória do Senhor encher o Templo, todos os israelitas que estavam ali no pátio se ajoelharam e encostaram o rosto no chão. Eles adoraram a Deus e o louvaram, dizendo: “Louvem a Deus, o Senhor, porque ele é bom, e porque o seu amor dura para sempre". 2 Crônicas 7:1-3
Uma das passagens mais importantes sobre a renovação espiritual do povo de
Deus está em 2 Crônicas 7. Em tempos de aridez espiritual, essa passagem tem
sido um desafio e um estímulo para os cristãos orarem em favor de avivamento.
Era um dos textos favoritos de Evan Roberts, frequentemente citado durante o
avivamento no País de Gales, 1904-1905, do qual ele foi o líder escolhido por
Deus. Certamente, esses versículos servirão para clarificar nossa visão e
purificar nossos ideais enquanto olhamos para o futuro.
Essa passagem descreve o que
aconteceu na dedicação do templo em Jerusalém que o rei Davi havia planejado e
que o rei Salomão edificou. Os anciãos de Israel estavam reunidos. A arca da
aliança carregada pelos sacerdotes e levitas foi colocada no seu lugar.
Cantores e trombeteiros se uniram num coral de adoração a Deus. O rei Salomão
fez uma tremenda oração de dedicação e, ao terminá-la, “desceu fogo do céu… e a glória do Senhor
encheu a casa do Senhor”.
A natureza do avivamento
A essência do que aconteceu nessa
ocasião foi descrita duas vezes. “a
glória do Senhor encheu a casa” (v.1); a glória do Senhor tinha enchido a Casa do
Senhor (v.2). Isto é avivamento: a glória do Senhor enchendo a
sua casa e o povo de Deus tendo consciência inequívoca de sua presença no meio
deles.
A glória de Deus é a presença
manifesta dele. Quando a glória de Deus encheu a casa, o povo ficou inundado
com a consciência da sua presença. A glória do Senhor pairou sobre o Monte
Sinai quando Moisés subiu para receber a lei. Os filhos de Israel foram conduzidos
para fora do Egito e durante toda a travessia do deserto árido por essa mesma
glória, vista como coluna de nuvem de dia e coluna de fogo à noite. Mas, quando
o povo entrou na terra prometida, caíram em idolatria e imoralidade, e a glória
se afastou deles. Muito tempo depois, na dedicação do templo, a glória de Deus
voltou visivelmente. Foi tão manifesta e tão tremenda que os “sacerdotes não podiam entrar na Casa do
Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor” (v.2).
Essa é a natureza de avivamento e sempre foi, todas as vezes que Deus a
enviou para a Igreja. Traz uma consciência inescapável e esmagadora de sua
presença envolvente.
Não é disso que precisamos hoje?
Nos dias da juventude pujante da Igreja, a presença e a atividade do Espírito
de Deus eram evidentes. Os sinais da sua vinda e do seu poder eram vistos e
ouvidos, não apenas por meio de fenômenos sobrenaturais, mas em obras morais e
espirituais; não apenas no vento impetuoso e nas línguas de fogo, mas em
santidade, amor e ousadia.
As pessoas andavam no temor do
Senhor. Tinham um senso tão real da presença de Deus que viviam em reverência
constante diante dele. Sua adoração era reverente, humilde e espiritual. Tinham
fome e sede de justiça. Perseguiam santidade com propósito e intensidade.
Andavam em amor. Esse era um sinal evidente do poder do Espírito Santo,
porque o amor é o primeiro fruto do Espírito e “aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1
Jo 4.8).
Não há dúvida de que os primeiros
cristãos se amavam, pois eram ensinados por Deus a fazê-lo. E se o Espírito
Santo enchesse a Igreja hoje com o poder de avivamento, nós também
aprenderíamos a nos amar muito mais. Teríamos muito mais anseio por comunhão,
por ir atrás de outros membros do Corpo a fim de desenvolver com eles conversas
sobre assuntos espirituais e fazer reuniões espontâneas em pequenos grupos.
Acolheríamos os solitários e os que não têm amigos, hospedaríamos os
forasteiros e sem-teto, cuidaríamos dos necessitados e pastorearíamos os
recém-nascidos em Cristo.
Deixaríamos de falar mal dos
outros em sua ausência e de fazer críticas destrutivas. Ciúmes, invejas,
rivalidades e ressentimentos murchariam e desapareceriam diante do fogo da
presença de Deus. Teríamos menos autopiedade, menos desejo de autoafirmação, seríamos
menos ansiosos por receber reconhecimento, menos espinhosos e mais difíceis de
ser ofendidos. Teríamos mais empatia, tolerância e graça. Cuidaríamos mais do
bem-estar dos outros do que do nosso.
As condições para o avivamento
“Tendo Salomão acabado de orar,
desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios.” As
duas condições para essa manifestação da presença de Deus foram a oração e o
sacrifício. Foi depois que os sacrifícios haviam sido dispostos sobre o altar e
que o rei terminou sua oração que o fogo caiu do céu. O que isso significa para
nós?
Os sacrifícios representam
dedicação. Eram, em sua maioria, ofertas de holocausto. O holocausto era
totalmente consumido, não sobrava nada. Simbolizava a dedicação incondicional
do adorador a Deus.
A oração dedicatória foi uma
oração de dependência. Nela, Salomão detalhou vários desastres em potencial –
derrota nacional e cativeiro, seca, fome e peste. Em cada caso, o padrão era o
mesmo. O povo de Deus, assolado por qualquer uma dessas desavenças, deveria se
humilhar e reconhecer seu pecado, arrepender-se e clamar a Deus. Então, de
acordo com a súplica de Salomão, Deus ouviria dos céus, perdoaria e daria a
cada um segundo os seus caminhos (2 Cr 6.30). Em qualquer situação de
necessidade, o povo deveria buscar misericórdia e libertação de Deus,
demonstrando que sua expectativa era nele e que dependiam somente de sua graça
e poder.
As mesmas duas condições precisam ser cumpridas hoje antes que o
avivamento possa vir à Igreja. Não é que elas, sozinhas, produzam o avivamento.
Existe um elemento incapaz de ser definido ou mensurado nos avivamentos. Como
afirmou Alexander Whyte: “Há um mistério divino nos avivamentos. A soberania de
Deus está presente neles”. Ao mesmo tempo, sem satisfazer essas condições, o
avivamento não vem.
Portanto, cabe fazer uma
autoavaliação: como estão nossas orações, nossos sacrifícios, nossa dependência
de Deus e nossa dedicação a ele? Estamos totalmente comprometidos com ele? Já
renunciamos nossa autoconfiança, autossuficiência, a ideia pecaminosa de que
somos capazes de organizar renovação espiritual com nosso próprio esforço e
engenhosidade? Temos afirmado: “Somente
em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação. Só ele é a
minha rocha, e a minha salvação” (Sl 62.1,2)? São essas as
condições para que o fogo caia do céu, e a glória de Deus seja revelada na
igreja.
A consequência do avivamento
“Todos os filhos de Israel,
vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, se encurvaram com o
rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram…” (2 Cr
7.3).
Para mim, essa cena é
extremamente impressionante. Quando o fogo caiu e a glória apareceu, o povo não
elogiou Salomão pela bela oração que fizera e que produziu resultados tão
estupendos. Não honraram os sacerdotes que prepararam os sacrifícios, nem prestaram
uma reverência supersticiosa ao altar ou ao templo por terem atraído o fogo e a
glória de Deus. Não se gabaram de sua própria piedade, achando que era ela a
responsável por tamanha manifestação da presença divina.
Não! Ao invés disso, se prostraram com rosto em terra e adoraram a Deus.
Deram glória a Deus. Irromperam espontaneamente em cântico, juntando-se com os
cantores oficiais do templo: “Porque
é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre”.
Foram momentos sagrados de
refrigério e avivamento, momentos do céu sobre a terra, nos quais o povo
desfrutou um prenúncio da glória que será revelada, enquanto caíram sobre o
rosto e deram honra e louvor a Deus.
Essa é a essência e o propósito
final de todo avivamento: que a igreja (que tantas vezes em sua história
manchada pelo pecado foi orgulhosa, satisfeita, acomodada e autoconfiante) se
prostre e adore de fato a Deus, e que o Senhor seja honrado e glorificado.
Eis uma visão para ocupar nossos
pensamentos e orações até que a glória de Deus encha novamente a sua casa.
Ageu 2.1-9
Introdução: A glória de Deus se
manifestou pela primeira vez no templo quando este foi inaugurado. Enquanto os
levitas adoravam, uma fumaça encheu o templo “de maneira que os sacerdotes não
podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR
encheu a Casa de Deus” (II Crônicas 5.13,14).
A palavra para
glória é SHEKINAH que significa a manifestação da presença de Deus em sua glória.
Durante toda a caminhada do povo de Deus pelo deserto esta nuvem de glória
nunca os desamparou (Êxodo
13.21,22).
Houve um tempo em
que, por causa do pecado, esta Shekinah se retirou do meio do povo. Os inimigos
filisteus levaram a arca da Aliança onde a glória de Deus se manifestava. Então
uma mulher declarou “Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel” (I Samuel 4.21,22). Depois o povo
foi levado como escravos para a Babilônia e por 70 anos não viram esta glória.
As pessoas pediam que cantassem e não conseguiam porque estavam longe da
presença de Deus (Salmos
137.1-6).
Foi neste período
que Ageu viveu e profetizou a restauração do templo, bem como a volta da glória
de Deus. Quando o templo foi restaurado por Esdras, a Glória de Deus se
manifestou enquanto uns choravam de saudades do templo antigo e outros gritavam
de alegria “de
maneira que não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes do choro do
povo; pois o povo jubilava com tão grandes gritos, que as vozes se ouviam de
mui longe” (Esdras 3.13).
Toda esta história
ensina que há esperança para quem já sentiu a glória de Deus, mas desanimou.
Hoje nós somos o templo e habitação do Espírito Santo (I Coríntios 3.16). Mas por causa do
pecado, fomos “destituídos
da glória de Deus” (Romanos 3.23). Por isso, não
podemos deixar de aproveitar cada oportunidade de buscar a presença do
Senhor “enquanto
se pode achar” (Isaías 55.6). Pela graça de
Jesus, mesmo que você tenha enfraquecido, pode receber novamente a presença de
Deus em sua vida.
Como receber novamente a Glória de Deus?
Vamos aprender com as palavras do
profeta Ageu, o que acontece quando nosso templo é restaurado e a glória de
Deus retorna para nossas vidas:
1- Força e Coragem: v.4
Quando recebemos a
Glória de Deus em nossas vidas, ficamos fortes como nunca.
Ageu diz
enfaticamente para cada líder do povo para serem fortes. Este incentivo foi
necessário para animar a restauração do templo. Todo o povo esteve motivado a
ajudar na reconstrução (Ageu 1.14).
A Palavra de Deus
declara que Deus é nossa fonte de energia e vigor, pois “tudo posso naquele que me
fortalece” (Filipenses 4.13) e que “a alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8.10). Uma pessoa
triste Não tem forças para lutar, mas com alegria tem disposição para vencer.
Os discípulos
também estavam fracos e desanimados pensando que estavam sozinhos sem Jesus,
mas quando receberam o Espírito Santo foram fortalecidos e saíram pregando o
evangelho com autoridade (Atos 2.5-11).
O crente sem a
glória de Deus é fraco, mas quando recebe a força do Senhor, mesmo que seja em
meio às dificuldades sabe que “quando sou fraco é que sou forte” (II Coríntios 12.10).
Você está precisando de forças?
Busque a glória de Deus te fortalece!
2- Renovação do compromisso: v.5
Quando a Glória de
Deus vem sobre nós, renovamos nosso compromisso com Deus.
O templo foi
abandonado porque o povo pecou contra Deus rompendo sua Aliança. Ageu lembrou
ao povo que Deus tinha feito uma aliança com eles quando saíram do Egito.
Embora o povo tivesse quebrado esta aliança, Deus manteve sua palavra de pé. O
Senhor não abandonou seus filhos. O Espírito Santo estava sobre eles e não
precisavam ter medo.
Deus nos chama para
renovar nossa aliança com Ele. Talvez você tenha abandonado um ministério ou
desanimado no trabalho da Igreja e precisa voltar. Não há o que temer quando
obedecemos a Deus.
Você está falhando em seu compromisso
com Deus?
Renove sua aliança com o Senhor!
3- Deus move céus e terra: v.6,7
Deus move céus e terra a nosso favor
quando sua glória está à frente de nós.
O Senhor prometeu
para seu povo que se reconstruíssem o templo Ele seria o provedor de tudo o que
precisassem. Deus garantiu que moveria os céus e a terra levantando pessoas
para ajudar nesta reconstrução.
Muitas vezes as
coisas estão dando tudo errado porque não estamos sob a Glória de Deus. Há
momentos em que tudo parece estar parado e não conseguimos prosseguir. Mas
quando obedecemos à vontade de Deus tudo prospera. Deus envia pessoas para
abençoar nossa vida. É mais provável que o céu e a terra saiam do lugar do que
a promessa de Deus venha a falhar.
Está precisando de uma ajuda?
Deus vai mover céus e terra a seu
favor!
4- Deus é o provedor: v.8
Quando a glória de
Deus vem sobre nós, o Senhor é quem nos sustenta.
Deus garantiu para
Ageu que Ele mesmo sustentaria a sua obra porque é o “dono do ouro e da prata”. Ageu perguntou ao
povo quem tinha visto o templo em sua primeira glória, pois depois de
restaurado estava menor. Entretanto, declarou que embora estivesse menor a
Glória de Deus seria maior (Ageu 2.3,9). A glória de Deus vem acompanhada com
toda a sua formosura e riqueza.
Deus quer nos
mostrar que seu poder não tem limites e que a glória do homem não tem valor
algum. Muitos projetos humanos fracassam porque são feitos para dar glória ao
homem, mas Deus não divide sua glória com ninguém (Isaías 42.8). Então Deus
permite que nossos planos sejam frustrados para aprendermos a depender Dele.
Você tem feito algo para glorificar a
si mesmo?
Aprenda a depender de Deus e fazer tudo
para Sua Glória!
5- Recebemos a Paz de Deus: v.9
Quando a glória de Deus vem sobre nós,
recebemos a paz de Deus em nosso coração.
O templo foi
declarado com lugar da glória de Deus, mas também com um lugar de paz. Jesus
disse “no
mundo passais por aflições” (João 16.33) e não ‘na Igreja’
porque deve ser um lugar de paz.
Se a presença de
Deus está em nossas vidas, tudo o mais pode sair do lugar que temos em nosso
coração “a
paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa
mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4.7). Esta paz não foi
dada pelo homem ou pelo mundo e sim pelo próprio Jesus (João 14.27). Isso não
significa isenção de problemas ou dificuldades, mas tranquilidade acima de tudo
que aconteça.
Muitas pessoas
perguntam como saber se algo é de Deus, como um sonho ou situação qualquer.
Certamente o que vem de Deus tem suas características como amor, alegria e paz.
Você tem sentido a paz de Deus?
A glória de Deus te garante sua paz!
Deixe a Glória de Deus voltar em sua vida!
CONCLUSÃO
Assim como Ageu
exortou o povo para restaurar o Templo a fim de que a glória de Deus volte,
também é tempo de restauração para a Igreja do Senhor. Deus quer manifestar sua
glória em nossas vidas, bem como em sua Igreja, mas para isso precisa que
busquemos a sua glória e não a nossa própria.
Quando Jesus
apareceu aos seus discípulos após sua ressurreição “soprou sobre eles e disse-lhes:
Recebei o Espírito Santo” (João 20.22), mas não
aconteceu nada aparente naquele momento. Somente após alguns dias de oração
eles “estavam
todos reunidos no mesmo lugar” (Atos 2.1) e “todos ficaram cheios do Espírito Santo” (Atos 2.4). Isso nos ensina
que precisamos ser perseverantes em oração e que mesmo que não vejamos nada
acontecer não significa que Deus não esteja agindo.
Se você não tem
mais sentido a presença de Deus em sua vida e parece que a glória de Deus foi
embora da sua vida, não diga ‘icabô: foi-se a glória de Deus’, mas busque a
‘SHEKINAH’. Se em sua igreja local está faltando a presença da glória de Deus,
não busque a glória do homem e trabalhe pela restauração da Igreja do Senhor.
Quando a glória de
Deus volta para sua vida você recebe força e coragem, tendo oportunidade de
renovar o compromisso com Deus. Então Deus move céus e terra, como nosso
provedor e sustentador mostrando seu cuidado por nós. Além disso, recebemos a
Paz de Deus que nos conserva em sua presença.
Está sentindo que Deus está distante?
A Glória de Deus
vai voltar!


