Desde
o passado, Deus tem, à Sua maneira, procurado manter o contato e a comunhão com
o homem - obra da Sua criação. A História e a Bíblia nos mostram que com o
passar do tempo o homem foi se distanciando cada vez mais de Deus, e não Deus
do homem.
Deus
falava com Adão no paraíso, na viração do dia. Adão ouvia a Sua voz e ambos
travavam um diálogo de perto.
Deus
fez conhecer a Noé e sua família sobre o plano de destruir toda a terra com o
dilúvio.
Abraão
é considerado o amigo de Deus. Deus lhe falava de tão profunda maneira e entre
ambos havia tal intimidade que Deus chegou a pedir-lhe que sacrificasse o seu
filho Isaque. O que, atendendo, o Senhor retorna a Abraão e diz-lhe não ser
necessário o cumprimento de tamanha prova de fidelidade.
Isaque
cresceu ouvindo falar dos feitos de Deus na vida de seus pais e também
experimentou um grau de relacionamento próximo a Deus.
Jacó
viu os anjos de Deus subirem e descerem de uma escada e também era orientado
por Ele. A comunhão já não era a mesma de antigamente, mas Deus continuava a
falar com Seus servos.
José
possuía tamanha comunhão com Deus que mesmo em meio às adversidades
enfrentadas, quando vendido pelos irmãos ou quando preso nas cadeias do Egito,
Deus se manifestava a ele, preservando-o do perigo. Deus lhe falava e o usava
nos sonhos que sonhava.
Moisés
foi levantado para libertar o povo hebreu do Egito, e antes de cumprir tamanha
missão falou com Deus e Deus falou com Ele.
Sempre
de alguma maneira Deus queria falar ao Seu povo. Utilizou reis, falou através
dos seus profetas, dirigindo e guiando o Seu povo.
Teríamos
muitos exemplos para ver como Deus se manifestava a estes servos que não eram
muito melhores do que nós. Elias, Eliseu, Jeremias, Gideão, Balaque e outros
são exemplos bíblicos de pessoas que mantinham comunhão com Deus, e o Senhor
lhes falava em meio às circunstâncias que viviam. Deus usou um jumento para
falar com Balaque. Através de um pedaço de algodão falou com Gideão.
Hoje
Ele nos tem falado através do Seu Filho.
Feita
esta introdução, vejamos alguns objetivos deste estudo:
Ø Mostrar
que é possível ter intimidade com Deus - Salmo 25:14.
Ø Obter
intrepidez para entrar no lugar Santo dos Santos - Hebreus 10:19,20.
Ø reter
a graça de Deus para servi-Lo - Hebreus 12:28.
Ø Findar
com os altos e baixos espirituais - Ef 4:14.
Ø Tornar-se
uma Pedra Viva - I Pd 2:5.
Ø Desenvolver
um relacionamento mais real de filho para com o Pai - Rm 8:16.
Ø Desenvolver
os frutos do Espírito em nossas vidas - Gl 5:22.
Ø Tornar-se
verdadeiramente um despenseiro dos mistérios de Cristo - I Cor 4:1.
Certamente
que outros objetivos poderiam ser citados, porém vamos nos ater a estes apenas,
buscando tirar os maiores ensinamentos possíveis, de tal maneira que possamos
obter frutos palpáveis ao final do retiro. Em primeiro lugar é importante
reconhecer a situação do homem em relação a Deus.
Situação
antes de encontrar-se com Cristo, durante a sua vida cristã aqui na terra e
posteriormente após a morte.
Antes do encontro com
Cristo
Éramos
inimigos - Rm 5:10. Escravos do pecado - Rm 6:17,20. Destinados à morte, não
tínhamos escapatória da condenação eterna. A salvação de nossas almas só pôde
ser alcançada pela Graça de Deus, sem intermediação de obras humanas. Éramos
inúteis espiritualmente, Rm 3:12. A condição a que estávamos submetidos era
terrível e sem saída, porém o próprio Deus providenciou uma saída para nós: deu
Seu próprio Filho por expiação para morrer em nosso lugar. Fez isso
exclusivamente por amor. Sua maior criação, o homem, estava condenado à morte e
Ele como o Oleiro dos oleiros, resolve dar mais uma oportunidade ao
"vaso", de ser mais uma vez moldado e formado de novo. Chegamos à
salvação!
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A nossa vida cristã
Ao
ingressarmos no Reino espiritual um novo horizonte se descortina para nós.
Somos enxertados em uma
Igreja, a um novo grupo de amigos, aos quais chamamos de
irmãos. Nova conduta de vida nos é submetida. Mudanças ocorrem no nosso
dia-a-dia, nos transformamos em novas criaturas (II Cor 5:17) e uma outra
realidade se nos abre. Passamos a encarar os problemas e solicitudes da vida
como desafios espirituais e nos apresentamos a Deus como Seus servos e Seus
filhos.
No
entanto, nem todos adentram diante de Deus nesta situação. Colocam-se em uma
distância espiritual muito longe, vivendo apenas de rebarbas de bênçãos e
migalhas, contentando-se com o pouco de vida espiritual. Vida abundante é só
aquela vivida nos momentos seguidos à conversão, chamada de primeiro amor.
Isto
não deveria ser assim, mas é. Nos dias atuais os crentes têm se contentado com
pouco. Por que? Porque não vivem uma vida em correta posição diante de Deus. É
uma questão de colocação, de posicionamento. Para se colocar diante de Deus
nesta situação é necessário pagar um preço.
Algumas considerações
sobre a posição que devemos tomar:
Posição
1 - Mortos para o pecado. Como mortos para o pecado - Rm 6:2. Não pode haver
compreensão de que é possível viver uma vida espiritual frutífera vivendo e
andando em pecado.
Posição
2 - Vivos para Deus. Como vivos dentre os mortos, vivos para Deus - Rm 6:11,
13. O mundo jaz no maligno. Quem ainda não foi alcançado pela graça salvadora
de Deus está condenado à morte espiritual. Isto é uma realidade. São aqueles
que estão ao nosso lado, são os nossos parentes, são nossos amigos, vizinhos e
etc.
Posição
3 - Estar debaixo da graça. Colocar-se debaixo da graça de Deus - Rm 6:14.
Graça significa um favor imerecido. É a substituição solene da nossa condenação
à que estávamos submetidos pela lei, pela salvação providenciada pelo próprio
Deus. Estamos mortos para a lei pelo Corpo de Cristo, Rm 7:4. O dom gratuito
veio para justificação. Rm 5:16. Estamos livres da lei para servirmos a Deus,
para vivermos em novidade de vida, para darmos fruto.
Posição
4 - Viver como filhos de Deus. Apropriar-se da condição de filhos, herdeiros de
Deus - Rm 8:17. O simples reconhecimento dessa condição já nos enche o coração
de paz e segurança. Deus se interpõe, como Pai, em favor de Seus filhos. Rm
8:31 a 39 caracteriza toda uma seqüência de livramentos e bênçãos concedidas
por Deus para aqueles que estão sob Sua guarda e proteção. Vejamos algumas
situações:
quem
poderá se posicionar contra nós?
Deus
nos dará com Ele todas as coisas.
quem
poderá nos acusar?
quem
nos condenará? se é Deus quem intercede por nós.
quem
nos separará do amor de Cristo? Nenhuma dificuldade.
em
todas estas situações somos mais que vencedores.
nada
poderá nos separar do amor de Deus.
Que
promessa maravilhosa!!! Quantos já se apoderaram disso e estão vivendo essa
situação?
Após a morte
A
condição de salvos, justificados perante Deus nos outorga uma viva esperança.
Pela fé nos apropriamos da salvação que há de nos ser concedida no final dos
tempos. O fim da nossa fé é a salvação de nossas almas. I Pedro 1:3-9.
Diferentemente
de religiões, seitas ou movimentos, a nós cristãos, é nos assegurada a salvação
de nossas almas. Glória a Deus por isso! Temos uma viva esperança!
A intimidade com Deus
pela Bíblia
É
possível ter intimidade com Deus. Quem ainda não havia pensado sobre isso? Para
quantos aqui presentes o relacionamento com Deus era algo distante e
cerimonial? Ao final da palestra esperamos que não haja mais essa visão e
sentimento de distanciamento de Deus e das coisas espirituais.
Salmo
25:14 "O segredo (intimidade) do Senhor é para aqueles que o temem, e Ele
lhes fará saber o Seu concerto". Maravilhosa promessa. Conhecer o concerto
de Deus, Sua vontade, Seu segredo. O Salmo 25 é atribuído como de Davi. Davi
foi considerado um homem segundo o coração de Deus ( I Sm 13:14). Ao receber a
unção da parte de Samuel o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi.
Deus
viu em Davi, aquele jovem pastor de ovelhas alguém com potencial para estar a
frente do povo de Israel. No Salmo 23 vemos a confiança que Davi depositava em
Deus, como pastor de sua vida, seu protetor, provedor e maior propósito. O que
Davi procurava ser para o seu rebanho, Deus era para ele. Deus conhecia o
coração de Davi e atestou isto para Samuel, que diante dos formosos filhos de
Jessé pensava que pela aparência de algum deles poderia ver o escolhido do
Senhor, porém Deus diz: - eu olho para o coração. Deus está à procura dessa
qualidade de coração em você e em
mim. A unção de Davi significa a infusão do coração de Deus
na pessoa dele. Ao analisarmos a vida e a obra de Davi podemos perceber que sua
comunhão com o Senhor era íntima e tremenda. Um coração cheio do coração de
Deus. A coragem de Davi para enfrentar ao gigante Golias foi algo sobrenatural.
A capacidade para manter-se submisso a Saul quando perseguido por ele, sua
fidelidade aos amigos e homens que lutavam ao seu lado, sua lealdade ao rei,
sua intenção de unificar o Reino e trazer a Arca da Aliança para Jerusalém, a
liberdade para expressar o louvor e a manifestação da misericórdia de Deus em
sua vida são alguns dos exemplos mais marcantes da personalidade de Davi selada
pela unção do Senhor em seu coração. Mesmo curvando-se à carne, no pecado com
Bate-Seba, Davi reconhece seu pecado e clama a Deus por um coração puro,
quebrantado, pedindo que o Senhor não tirasse de sobre ele o Espírito Santo
(Salmo 51).
Uma
pessoa segundo o coração de Deus é alguém cuja mente, emoções e vontade estão
cheios do Cristo vivo. O segredo do Senhor... é para os que o temem. É para
aqueles que possuem o coração de Deus.
Hebreus
10:19,20 "Tendo pois, irmãos ousadia para entrar no santuário, no Santo
dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos
consagrou, pelo véu, isto é, pela Sua carne". A morte de Jesus nos abre
acesso àquele local destinado anteriormente somente aos sumo sacerdotes. Na
primeira aliança, o Tabernáculo era divido em dois lugares de adoração: o Santo
Lugar e o Santo dos Santos. Estas dependências eram cobertas por véus. Havia um
véu para encobrir o Santo Lugar e outro para o Santo dos Santos. No primeiro,
somente estavam autorizados a adentrar os sacerdotes. No segundo, somente os
sumo sacerdotes poderiam entrar, uma única vez ao ano, apresentando sangue como
oferta pelos pecados de ignorância do povo. (Hebreus 9:1-7). Na Nova Aliança,
Cristo entra uma vez por todas no Santo dos Santos, como o sacerdote eterno
enviado por Deus, para nos propiciar a redenção. Com a Sua morte passamos a ter
acesso a este lugar especial, onde Deus recebia as ofertas dos sacerdotes,
manifestava-se com fogo, aceitando aquilo que os sumo sacerdotes haviam
oferecido.
Arão,
irmão de Moisés, ao iniciar seu ministério de sacerdote, após oferecer uma
oferta perante o Senhor levantou as mãos e abençoou o povo. Com Moisés ele
entra na tenda da congregação e juntos abençoam o povo e a glória do Senhor
aparece em forma de fogo, consumindo o holocausto trazendo temor à congregação
(Lv 9:22-24).
Nos
dias de hoje ao tomarmos consciência da correta dimensão do que seja adentrar
ao lugar Santíssimo, nossas vidas são direcionadas à graça de Deus, à uma vida
sob a Nova Aliança. É o próprio Deus morando em nossas vidas. Jesus substituiu
os feitos que nós teríamos que fazer. Ele carregou a maldição, a doença, o
pecado e todas as misérias inerentes à condição humana para a cruz do Calvário,
porque nós não poderíamos fazê-lo. Na Nova Aliança Deus coloca Suas leis e Seus
entendimentos em nossos corações. Hebreus 8:8-13. Devemos ter ousadia e nos
apropriar da Nova Aliança concedida através da morte de Cristo. Quem está
disposto a se apresentar diante de Deus no Lugar Santo dos Santos? Um dos mais
sérios requisitos para se adentrar diante do altar do Senhor era a santidade:
Lv 21:6.
Quando
entramos no lugar Santo dos Santos reconquistamos o privilégio de termos a
intimidade com o Senhor.
Hebreus
12:28 "Pelo que tendo recebido um reino que não pode ser abalado,
retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e
santo temor". Se somos exortados a reter a graça é porque há possibilidade
dela querer esvair-se de nós. Não pelo Senhor, mas pelos nossos pecados que
tentam se impor como uma barreira entre nós e Deus. Reter a graça de Deus é
apropriar-se das riquezas dEle, recebidas através da redenção, da remissão dos
pecados(Efésios 1:3-9). Aqui há uma revelação maravilhosa: a plena consciência
do perdão dos pecados. Voltemos para a Posição nº 1, falada anteriormente,
sobre mortos para o pecado. A completa consciência deste fato nos permite
receber as riquezas de sua graça, que Ele derramou profundamente sobre nós em
toda a sabedoria e entendimento. O coração de Paulo estava cheio de coisas boas
ao se dirigir aos efésios (Ef 1:7 e 2:7). Riquezas da graça desvendadas para
nos revelar o mistério de Sua vontade para que possamos servi-Lo com reverência
e temor.
Efésios4:14
"Para que não sejamos mais meninos, inconstantes, levados ao redor por
todo vento de doutrina, pelo engano de homens que induzem ao erro".
Muitos
cristãos vivem nos dias de hoje uma vida de altos e baixos espirituais.
Inconstantes, ora por cima, ora por baixo, sem um padrão contínuo de
crescimento. As bênçãos estão limitadas a períodos de suas vidas, bem como os
períodos de lutas e tribulações, divididos por uma linha bem definida. Ou estão
em completa alegria e em vitória ou estão derrotados e arrasados. Isto é falta
de maturidade. A Bíblia chama de inconstância, de crentes carnais, de meninos
espirituais. O oposto desta situação é uma vida espiritual em direção ao
aperfeiçoamento, visando o ministério para a edificação do Corpo de Cristo
(Efésios 4:12-14).
Como
obter comunhão com Deus sob inconstância? É difícil. Deus em Sua infinita
misericórdia concede lampejos de Sua glória e alguns acham ser apenas isto o
que lhes está destinado no reino. Na parte anterior vimos que o reino é
inabalável. Por isso somos chamados ao aperfeiçoamento, à unidade da fé, ao
pleno conhecimento, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude
de Cristo para o desempenho de nossa missão no reino de Deus. Para levarmos a
bom termo esta missão não pode haver acomodação com uma vida inconstantes e de
altos e baixos espirituais. Deus quer Se revelar a cada um de nós. Ele quer se
aprofundar na intimidade com cada um.
I
Pedro 2:5,9 "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa
espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis
a Deus, por Jesus Cristo. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para Sua maravilhosa luz."
Neste
texto temos outra "pérola" que poucos crentes descobriram: ser uma
pedra viva, uma casa espiritual, estar conscientes do sacerdócio, do sacerdócio
real, da nação santa, da geração eleita, da condição de adquiridos de Deus.
Tudo isto tem que estar bem vívido em nossas mentes e em nossos corações. A
confissão plena destas verdades nos leva a buscar uma vida de santidade e temor
diante do Pai, para podermos anunciar as virtudes do reino.
Façamos
essa confissão agora: Eu ........ (coloque aqui o seu nome), como pedra viva,
sou edificado casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo, eu sou parte da geração
eleita, do sacerdócio real, da nação santa, do povo adquirido, para anunciar as
verdades dAquele que me chamou das trevas para Sua maravilhosa luz".
Deus
fala com Sua casa espiritual, Seu sacerdócio santo, Sua geração eleita, Seu
sacerdócio real, Sua nação santa, Seu povo...
Rm
8:16 "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus". Talvez esta seja a afirmação mais fácil de se entender e de
associar à condição de cristãos. O mundo e a origem católica brasileira afirmam
que todos são filhos de Deus, porém isso não é verdade. Há um ditado que diz
que filho de peixe peixinho é. Filho de crente não é crentinho não, tampouco
quem não tem o Espírito de Deus em sua vida não pode considerar-se um filho de
Deus.
É
condição ímpar ter o Espírito de Deus. O Espírito na vida do crente lhe dá a
certeza da salvação, da remissão dos pecados e de que tudo isto somente é
encontrado no Filho de Deus, o Unigênito, que morreu por nós. O Espírito Santo
testifica... Não pode haver dúvidas, se houverem é por falta de fé ou por ainda
existir uma lacuna na vida espiritual dessa pessoa. A condição especial de
filhos de Deus, adotados, nos conduz à uma situação de privilégio, diferente da
do mundo. Precisamos nos apropriar também desta verdade. Deus quer desenvolver
uma maior intimidade Pai-filhos.
Gl
5:22 "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança". Lembro-me ainda da
primeira vez que ouvi um estudo específico sobre o Fruto do Espírito. Na época,
ainda adolescente, vivendo uma vida de altos e baixos espirituais, foi-me dito
que o fruto do Espírito é indizível. Isto é, ou se possui todo o fruto, ou não
há a manifestação dele na vida do cristão. Certamente que uma vida espiritual
não pode ser concebida com obras do Espírito Santo e obras da carne ao mesmo
tempo.
O
Espírito Santo é sensível. Tiago 4:5 diz que o espírito que em nós habita tem
ciúmes. Ao olhar para o seu interior e perceber que falta alguma parte deste
fruto peça a Deus para trabalhar em sua vida para que Ele lhe conceda todo o
fruto. Quando há a manifestação do fruto do Espírito em nossas vidas, o
resultado é visto no nosso relacionamento com Deus.
I
Cor 4:1 "Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e
despenseiros dos mistérios de Deus". Podemos dizer que este é o ápice da
intimidade com Deus. Os cristãos são administradores dos mistérios de Deus.
Para que tenhamos uma boa vida espiritual, bons fundamentos, para que a nossa
estrutura agüente as adversidades desta vida é necessário que sejamos
alimentados pelos mistérios de Deus. Deus quer que conheçamos Seus mistérios,
tornando-nos despenseiros e administradores dos mesmos. Em Rm 16:25 Paulo
encerra a epístola dizendo: "ora àquele que é poderoso para vos confirmar
segundo meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do
mistério guardado em silêncio nos tempos eternos".
Temos
que edificar sobre o fundamento já posto em nossas vidas. I Cor 3:10-13
"Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio construtor, o
fundamento e outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica sobre
ele." Se a edificação for feita sobre ouro, prata e pedras preciosas é
porque estamos sendo edificados espiritualmente. Mas se for sobre feno, palha e
madeira é porque a edificação está indo em direção à carne.
O
reino de Deus também é comparado à um homem que lança a semente na terra e
depois dormiu, e ao levantar de dia e de noite vê a sua semente germinar e
crescer não sabendo ele como. Marcos 4:26-29. Cada um edifica de acordo com seu
fundamento escolhido, a Palavra diz: uns produzindo a cem por um, outros a
sessenta e outros a trinta.
Fazendo
uma comparação com os metais preciosos lidos acima, vemos que uma edificação de
prata corresponde à produção de trinta por um. É aquela pessoa que recebe ao
senhor Jesus, larga os vícios. Se mentia não mente mais, se fumava, não fuma
mais, se roubava, não rouba mais, passa a encarar a família de outra maneira, o
linguajar agora é outro, aprende a perdoar.
Ouro
tem mais valor. É sessenta por um. É quando se aprende que a carne para nada
aproveita, que a vida espiritual é que tem realmente valor, que sua dependência
vem do Senhor, que sua suficiência vem de Deus, que recebe tudo isso pela graça
de Deus, por fé.
A
manifestação das pedras preciosas no fundamento ocorre quando o cristão aprende
que é um despenseiro dos mistérios de Deus. Possui uma confissão de autoridade:
eu sei quem sou. Eu sou o que a Bíblia diz que eu sou. Um salvo, um eleito, um
redimido, um perdoado, um vencedor... Após passar pelos degraus de prata e
ouro, a edificação de brilhantes e diamantes pode encarar a Satanás e não
aceitar as suas mentiras e artimanhas, derruba as fortalezas que querem impedir
de levar a mente à obediência de Cristo.
Mas
se a vida for edificada ou alicerçada sobre madeira palha e feno, que são
coisas superficiais, obras da carne, esforço próprio, pessoal, aparências,
somente por fora, o interior está oco, frágil e sem segurança. Alguns cristãos
são como os fariseus: túmulos caiados, por fora tudo branco, porém por dentro
há mentira, a falsidade, a carne. Por fora apresentam alegria e satisfação, mas
por dentro guardam mágoas, angústias e sobretudo incertezas e desesperanças. Às
vezes passam 5, 10, 20, 30 anos e nada de novo acontece em suas vidas. O
interior está cheio de ossos secos. Os mistérios de Deus estão à nossa
disposição, basta-nos edificarmos sobre nossa vida espiritual um fundamento
sólido e permanente.
Muitos
outros textos e exposições poderiam ser enquadrados sobre este tema. Partindo
agora para o lado prático, podemos perguntar: o que preciso fazer para
desenvolver uma intimidade com Deus que me leve ao reconhecimento de tudo isso
que foi falado aqui?
Em busca da intimidade
com Deus
São
necessárias duas palavras de ordem: educação e disciplina.
EDUCAÇÃO - II Tm 2:15
Em
primeiro lugar o cristão deve se educar para colocar sua vida espiritual em um
patamar de constante busca do conhecimento das coisas espirituais. II Tm 2:15
" Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem
que se envergonhar e que maneja bem a Palavra da verdade".
A
busca de conhecimento trará os seguintes frutos:
maturidade
cristã - até que Cristo seja formado em nós. Isto é um processo (Gl 4:19).
santificação
- é o aperfeiçoamento moral, é a Palavra de Deus trabalhando no homem (Jo
17:17).
desenvolvimento
intelectual - a Palavra de deus nos torna sábios (Salmo 119:98).
DISCIPLINA
- I Cor 9:25
Um
dos exemplos mais clássicos de disciplina voluntária é aquela desenvolvida
pelos atletas e desportistas. Para se tornarem campeões precisam passar horas e
horas treinando arduamente, mesmo contra adversidades seja de temperatura, de
ambiente, físicas e outras.
Um
crente espiritualmente disciplinado deve possuir um sistemático estudo da
Bíblia. O estudo da Palavra vai lhe proporcionar:
uma
nova vida, I Pedro 1:23, - regenerados para uma nova vida.
um
alimento diário, Mateus 4:4 - não é só de pão que vive o homem.
crescimento
espiritual - gradativo, deixar a situação e posição de meninos para crescermos
- I Pedro 2:1-3.
vitória
sobre o pecado - pecado é errar o alvo, com a Palavra escondida em nosso
coração estamos preparados para rejeitar o pecado. Salmo 119:11.
vitória
sobre o inimigo - tomar a espada do Espírito que é a Palavra de Deus. Ef 6:17.
segurança
diante de Deus e dos homens - o obreiro aprovado, que maneja bem a Palavra. II
Tm 2:15. Saber manejar bem a Palavra da Verdade é um privilégio e só consegue
alcançá-lo quem se dispõe a estudar com interesse e com atitudes corretas em
relação ao estudo. Manejar a palavra é saber receber a revelação da Palavra
como vinda de Deus e não apenas sua lógica; aplicá-la no viver diário; e
transmiti-la com fidelidade.