Hoje faremos o
exame das informações bíblicas sobre a pessoa do Espírito Santo, uma das 3
Pessoas da Trindade.
Constataremos
que Ele é Deus verdadeiro e, como tal, é pessoal em sua essência e em seu
relacionamento conosco. A pessoa do Espírito Santo possui fundamental
importância no plano da salvação, preparado por Deus Pai para o ajuntamento de
Sua Igreja, através do trabalho de Cristo. A compreensão das doutrinas
referentes à Sua pessoa e à Sua obra, bem como do Seu relacionamento com os
escolhidos, é muito importante. Na época em que vivemos, na qual tantos falam
muito do Espírito Santo contando com tão pouca base bíblica em suas afirmações,
o estudo desta doutrina é ainda mais relevante.
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O Espírito Santo é Uma
Pessoa
A
crença na personalidade do Espírito Santo é uma das características da fé
cristã. Esta crença deriva do exame preciso e cuidadoso de passagens bíblicas,
e contrasta com a noção explicada por muitas seitas. Algumas seitas apresentam
o Espírito Santo como sendo: uma influência impessoal, uma força ou uma
energia.
A
Palavra de Deus, entretanto, nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa
porque:
Ele
possui uma mente, vontade e emoções.
Estas
são as características de uma pessoa e não de uma influência ou força. Objetos
impessoais não possuem estas características, retratadas nestas passagens,
dentre outras:
I
Coríntios 2:10,11, onde lemos : "Mas Deus no-las revelou pelo Seu
Espírito. O Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus.
Pois qual dos homens sabe as coisas do homem, que nele está? Assim também
ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus."
Nesta
passagem vemos que o Espírito pesquisa e conhece.
Atos
16:7 - "Quando chegaram a Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito
de Jesus não lho permitiu."
"O
Espírito os "impediu", como uma pessoa o faria.
I
Coríntios 12:11 - "Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas,
distribuindo particularmente a cada um como quer."
Aqui
vemos que o Espírito reparte os dons de acordo com a Sua vontade.
Efésios
4:30
-
"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para
o dia da redenção."
Somos
admoestados a não entristecer o Espírito Santo, retratando, portanto, que Ele
possui as emoções de uma pessoa. Ele sofre quando pecamos e se entristece com
as manifestações do nosso pecado.
Tiago
4:4,5
-
"Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?
Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus. Ou
supondes que em vão afirma a Escritura: é com ciúme que por nós anseia o
Espírito, que Ele fez habitar em nós?"
.
Quando traímos a Deus através dos nossos pecados, ambigüidades, contradições,
negações da fé, amasiamentos com o mundo, o Espírito de Deus sente ciúmes, como
o marido, quando a mulher adultera e vice-versa. Ele sente ciúmes do adultério
moral (impureza), espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e
político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa
humano que ao Reino de Deus). O Espírito Santo não é simplesmente alguém que
entra em nós e depois sai. Ele vem e fica. Além disso, Ele não está presente
para energizar-nos a vida. Não. Ele é uma pessoa com a qual mantemos relações
pessoais.
Atos
8:29
-
"Então disse o Espírito a Filipe: aproxima-te desse carro e
acompanha-o..."
A
Bíblia está repleta de textos que nos afirmam que o Espírito fala.
Rm
15:30
-
"Rogo-vos irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito..."
O
Espírito é uma pessoa porque ama.
Outra
maneira pela qual sabemos que o Espírito Santo é uma pessoa, é que como tal é
constantemente referido em igualdade de tratamento com outras pessoas.
Sabemos
que o Pai e o Filho são pessoas, e em Mateus 28:19 Jesus ensina aos discípulos
que deveriam batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isto indica
que o Espírito Santo também é uma pessoa, como os outros dois. Em Atos 15:28,
Tiago fala do Espírito Santo como uma pessoa capaz de pensamentos e idéias, tão
pessoal quanto os apóstolos que deviam seguir os Seus ensinamentos.
O
que nos leva a saber que o Espírito Santo é uma pessoa? O fato do Espírito
sentir, perceber o que se passa na vida do crente. Um objeto não tem essa
capacidade.
Meu
relógio não sente quando meu pulso está falhando, mesmo estando atado a ele.
Entretanto uma pessoa tocando em meu pulso poderá afirmar: ele não está
passando bem. Somente uma pessoa tem essa capacidade.
Assim,
o Espírito Santo é uma pessoa que ama, odeia e sofre. Ele fala, age e opera -
funções de uma pessoa.
O Espírito Santo é
Deus
Durante
a história da Igreja, algumas pessoas propagaram que o Espírito Santo era uma
pessoa, mas não o reconheceram como Deus, ou seja, Ele seria uma personagem
criada. Esta idéia contradiz a clara doutrina encontrada nas Escrituras, a qual
nos apresenta o Espírito Santo como sendo Deus verdadeiro, a terceira pessoa da
Trindade. Isto significa que Ele não somente possui características pessoais,
mas também as qualidades divinas. Veja como encontramos na Bíblia estes
atributos, característicos da divindade, atribuídos à pessoa do Espírito Santo:
Onipotência
-
Por seu papel na criação (Gen 1:2), na providência (Sl 104:30), na sobrenatural
concepção de Jesus (Lc 1:35) e na regeneração de cada crente.
Onisciência
-
Pois Ele não possui conselheiro ou ninguém de quem dependa para Sua instrução
ou obtenção de conhecimento (Is 40:13,14). Ele sabe todas as coisas (I Co
2:10).
Onipresença
-
Não existe lugar onde Ele não esteja presente (Sl 139:7). Sabemos também, que
Ele está presente no coração de cada crente, não em partes de Sua essência, mas
em Sua totalidade.
Eternidade
-
Ele é chamado de Espírito eterno em Hebreus 9:14.
O
mesmo argumento referido acima, de igualdade de tratamento, apresentado como
prova da personalidade do Espírito Santo, serve para comprovar a Sua divindade,
pois as demais pessoas relacionadas em Mateus 28:19 são pessoas divinas, constituindo
a Trindade.
O Espírito Santo
Relaciona-se
Pessoalmente Conosco
O
Espírito Santo, sendo uma pessoa, interage pessoalmente conosco. Exatamente por
isto que Ele pode nos encher de convicção sobre o nosso pecado e,
consequentemente, nos levar a Deus (Jo 16:8). Este relacionamento é efetivado
porque Ele habita em nossos corações como garantia da salvação que nos foi
concedida por Jesus Cristo. A Sua morada, em nossos corações, nos concede poder
sobre o pecado, ilumina os nossos pensamentos para o entendimento da Palavra de
Deus e nos guia com a convicção de que somos filhos de Deus.
Sendo
Ele uma pessoa, reagimos em Sua direção pessoalmente, tanto favoravelmente como
de forma negativa. Podemos nos alegrar no Espírito, seguir o Seu
direcionamento, e estarmos debaixo de Sua influência santificadora de muitas
maneiras. Semelhantemente, quando deixamos que o pecado interfira em nosso
relacionamento pessoal, nos afastando de Deus, podemos resistir à Sua
influência santificadora, entristecê-Lo e desprezá-Lo (I Ts 5:19). todas estas
atitudes o desagradam, e saímos prejudicados em nosso crescimento espiritual.
O
descrente, em muitas ocasiões, pode blasfemar contra o Espírito Santo, o que é
um gravíssimo pecado, característico dos que não possuem o conhecimento do Deus
Soberano, através de Cristo Jesus, e que não foram irresistivelmente tocados
pelo poder salvador e regenerador do Espírito Santo (Mc 3:28,29).
O Espírito Santo e Seu
Relacionamento na
Trindade
O
Espírito Santo é Deus verdadeiro, como também o são Deus Pai e Deus Filho. No
relacionamento da Trindade com o homem, entretanto, é apropriado dizermos que o
Espírito Santo procede tanto do Pai como do Filho. Isto não significa que Ele é
inferior em poder, ou que Ele foi gerado, ou que existiu um tempo que Ele não
existia. Mas no relacionamento da Trindade com o homem podemos vislumbrar uma
divisão de tarefas bem específica. Passagens como:
João
15:26
-
"Quando vier o Consolador, que Eu da parte do Pai vos enviarei, o Espírito
da verdade, que procede do pai, Ele testificará de mim."
João
16:7
-
"Todavia, digo-vos a verdade: convém que eu vá, porque se Eu não for, o
Consolador não virá para vós; mas se Eu for, Eu o enviarei."
João
20:22
-
"Eu lhes dei a glória que Tu me deste, para que sejam um, como nós somos
um"
que
descrevem como Jesus envia o Seu Espírito ao mundo e "sopra-o" aos Seus
discípulos, estão em perfeita harmonia com a histórica interpretação da Igreja,
que se refere ao Espírito Santo como a terceira pessoa da Trindade. Repito -
não por ser a terceira em ordem de poder e grandeza, mas por ser a terceira na
seqüência de relacionamento entre o Deus trino, criador e o homem - criatura.
É
interessante verificarmos que esta mesma ordem na Trindade é revelada na
História e encontrada seqüencialmente na Palavra de Deus.
Da
criação ao advento de Cristo, o Pai aparecia com maior ênfase na história da
humanidade. A proeminência, no relacionamento, era dEle. A figura do Messias
estava devidamente registrada e prometida, mas constituía-se ainda "um
mistério" posteriormente revelado em Cristo.
Quando
Jesus veio ao mundo, o Pai aparecia por intermédio de Jesus (Jo 14:9,10). A
proeminência, no relacionamento, estava com Ele.
Após
a ascensão de Cristo aos céus, o Espírito Santo aparece com mais proeminência,
revelando o Filho, mas constituindo-se no elo principal de relacionamento entre
a Trindade e os salvos.
Podemos
não compreender todos os aspectos deste maravilhoso relacionamento da Trindade,
mas devemos sempre ser gratos por aquilo que o Espírito Santo revelou sobre si
mesmo. Ele tem direcionado a Igreja, concedendo uma definição de si mesmo, do
Seu papel no plano da salvação, e do Seu relacionamento com as outras duas
pessoas da Trindade. Podemos estar confiantes que nesta, como nas demais
doutrinas e fundamentos da fé, o que necessitamos saber, Deus claramente nos
revelou.