“Cristo, nossa Páscoa, foi
sacrificado por nós” (1 Co 5.7).
O
Domingo de Páscoa é o ápice do cristianismo.
É o aniversário do triunfo de
Cristo.
É a
feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor
e alegria que se fundem, pois se referem na história ao acontecimento mais
importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo
Filho de Deus.
Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a
nossos corpos mortais".
Não
se pode compreender nem explicar a grandeza da Páscoa cristã sem evocar a
Páscoa Judaica, que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam como
festejaram os hebreus há três mil anos.
O
próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena,
segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida,
em cuja Páscoa aconteceu na ceia e na instituição da páscoa.
Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da
libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma
nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino
dos Céus. A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção
que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as
portas da Jerusalém celestial. A festa da Páscoa é, antes de tudo, a
representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus
depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem
caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os
evangelistas fizeram referência. Paulo
confirma como o historiador que se apóia, não somente em provas, mas em
testemunhos.
Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar
pela vitória d'Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível
e à morte de cruz? Pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado,
esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.
Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado,
unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desilusões, as
humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada. A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a
todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem
sobre o mal. Creio na Ressurreição? A proclamo? Creio em minha vocação e missão
cristã, a vivo? Creio na ressurreição futura? É alento para esta vida? São
perguntas que devem ser feitas.
A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do
homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos,
purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento
interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a
iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda
alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra: a presença
do Senhor ressuscitado. Paulo o expressou com incontida emoção neste texto:
"Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com
Ele".